Mad Max sem Max


Há razões comerciais pelas quais Hollywood sustenta a política de substituir protagonistas homens por mulheres nos filmes, já que ativismo ideológico é bom, mas dinheiro em caixa é bem melhor. Dramas, romances e outros cinquenta tons de cinza são gêneros que hoje têm problemas para se pagar na tela grande, então a solução para vender filmes para o público feminino é colocar protagonistas mulheres em franquias e gêneros masculinos, como aventura, ação e sci-fi. A tentativa de transformar filmes para meninos em filmes para meninas investindo em protagonistas mulheres, entretanto, não tem como funcionar porque filmes para meninos sempre tiveram protagonistas fortes, independentes e que não precisam de macho para nada. 


Como previsto, o plano de converter Mad Max em uma franquia para meninas decididamente falhou com o novo filme do Mad Max sem Max¹, que conta a origem de Furiosa. O filme não só naufragou nas bilheterias como teve menos público feminino do que Mad Max: Fury Road. Enquanto o Mad Martha original filmado com Charlize Theron contou com 40% de mulheres na audiência, a versão Furiosa atual com Anya Taylor-Joy reduziu esse número para 29%.

Preocupado com o futuro da protagonista forte e independente, enviei o trailer de Furiosa por Whatsapp à minha esposa e a convidei para assistir no cinema. Ela estava sentada ao meu lado no sofá, mas com esses novos avanços tecnológicos de hoje em dia é bem mais prático zapear do que conversar. Fiquei aguardando o emoticon da risadinha, mas ela emitiu uma risada old-school, daquelas que a gente dava antigamente. Quando ela ri como antigamente, aí eu sei que ela achou que é piada. Tentei explicar que Furiosa é uma protagonista forte, independente e que não precisa de macho para sobreviver em um mundo pós-apocalíptico, e que assistir ao filme era importante para promover o empoderamento feminino no cinema, mas ela não se comoveu. 

Frida é testemunha de que eu tentei promover o empoderamento da mulher, mas sem ajuda fica difícil. Não sei a quem a indústria do cinema pensa estar enganando, só sei que não enganou minha mulher, que imediatamente identificou que Furiosa é propaganda enganosa. Essa Barbie é Ken, então acho que o que minha mulher gosta mesmo é de história para meninas, como Bridgerton, da Netflix. Não tem ação, aventura, explosões, pancadaria, mortes, perseguições de carro nem mundo pós-apocalíptico em Bridgerton, então não entendo o que ela vê nessa série.

Em Bridgerton só o que se vê é intriga, lascívia, bafafá, sexo, tititi, libertinagem, drama, mais sexo, romance, traição, gente transando, mais drama, fornicação, e assim por diante². Tem até uma Cinderela plus size que conquistou um bofe com grife, esbelto, bonito, rico e bastante cobiçado na alta sociedade, o que prova em definitivo que o homem nunca é o gordo da história.    

Desconfio que o que falta nesses filmes de Mad Max sem Max é o tititi. Não adianta colocar protagonista independente que não precisa de macho para nada na história e esperar que mulheres se comovam. Sem tititi na fita as meninas não vão ao cinema assistir ao seu bafafá.



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