Mão BBBoba
Em desespero para alavancar a audiência do flopadíssimo BBB23, a Globo alucinou um assédio² para expulsar os brothers Papato e Mc Gourmet. Todos na casa ficaram sem entender a decisão alucinada, inclusive a suposta vítima do assédio, que é que tem lugar de fala para entender alguma coisa. Nesse momento você deve estar pensando que vou sair em defesa dos machos, mas sou uma entidade imprevisível, portanto sairei em defesa de uma fêmea.
Em 2020, Jojo Todynho foi acusada de assédio e importunação bacanal ao enfiar a mão na zona do agrião do cantor Mariano no surreality show¹ A Fazenda. Tais acusações não passam de infames calúnias, pois Jojinho, ao menos nesse episódio, é totalmente inocentinha. Para entender o caso, de início é fundamental observar que ações, assim como palavras, não podem ser julgadas fora do seu contexto, então qual seria o contexto de um reality show?
O framing desses programas de alto nível já sabemos qual é: p00lt@aria. Não só os participantes já entram sabendo que vai rolar p00lt@aria, como tem o desejo de cair na p00lt@aria, pois isso aumenta seu status na competição. A produção dos realities também é totalmente conivente com a p00lt@aria, pois ela contribui para aumentar a audiência. Se fosse seu objetivo proteger os participantes de interações calientes desastradas, o álcool, as festinhas e o contato físico entre os participantes seria proibido.
No caso Todynhogate, em nenhum momento o consentimento de Mariano foi violado, já que a mão na rola de Todynho deve ser avaliada não só no contexto do programa como dentro do contexto do que estava rolando entre os dois antes do episódio. Mariano visivelmente deu vários sinais não verbais de que estava com o piu-piu liberado, então o sinal foi avançado por Jojo de boa fé em movimento totalmente regular.
É irrelevante aqui considerar se Mariano estava equivocadamente enviando sinais de rola livre sem perceber, ou foi Todynho, tadinha, que enxergou autorização para avançar o sinal onde nenhuma havia. O relevante é que o evento está dentro de um contexto que altera a natureza do ato, e Mariano não foi vitima de trauma físico ou psicológico significativo após a experiência. Ambos são adultos e resolveram essa saia justa como adultos, sem a intervenção infantilizadora e desnecessária de terceiros.
No episódio de "assédio" e "importunação sexual" do BBB23, que foi bem menos pornográfico que a rola livre falhada do caso Todynhogate, basta inverter os sexos e julgar da mesma forma, pois a situação não é nem mesmo análoga, é absolutamente idêntica. A mexicana Dania Mendez entrou na casa destilando charme e jogando verde para colher mais duro, Papato e Gourmet leram o sinal errado, avançaram o sinal na hora errada e o juiz deu cartão vermelho por causa de um simples impedimento.
As expulsões funcionaram para alavancar a audiência e diminuir artificialmente a duração do programa, que micou forte esse ano, mas isso vai custar caro nas próximas edições. No futuro, nenhum brother vai ter coragem de arriscar sua permanência no programa com interações calientes com mulheres, então ano que vem provavelmente teremos o BBB edição BGTOW (Brothers Going Their Own Way). As sisters podem até tomar a iniciativa e oferecer cerveja para convencer os rapazes a liberar o piu-piu, mas suspeito que os brothers vão ficar só no Campari mesmo. Antes um Campari na mão do que uma long neck no esfíncter.
Sei que defendi os machos após dizer que não faria isso, mas como disse, sou imprevisível. Como você já deve estar prevendo, estamos chegando ao fim de mais um textão. Eu disse que era imprevisível, mas não o tempo todo. E depois, tudo sempre acaba depois que termina, certo? Errado: sempre há a chance de virar série.
This is the way.