Cinema Woke
A última moda da geração floquinhos, aquela que inventou os trigger warnings e os safe spaces porque até mesmo o contato com opiniões diferentes da sua pode causar síndrome de stress histérico pós-traumático, é denunciar a histeria anti-woke. Cultura woke é histeria estrutural sistêmica em escala industrial, então a tentativa de denunciar histeria anti-woke é tão hilária quanto doidos no hospício tentando denunciar a insanidade do mundo moderno, mais irônico até que feminista denunciando desigualdade de gênero.
Quando uma indústria do cinema declaradamente woke contrata diretor, equipe de produção e atores declaradamente woke com objetivo declarado de criar uma história woke baseada em um olhar woke da realidade, afirmar que o resultado é um filme woke é observar o óbvio, então sugerir que observar o óbvio é histeria me parece não só histérico, como bastante burro. Argumentar que todo filme é acusado de ser woke também não resolve muita coisa, já que o cinema hoje está tão woke que as duas únicas opções disponíveis no mercado são filmes woke ou escancaradamente woke.
A situação é tão grave que quando alguma produção de peso atinge as telonas livre de intoxicação woke, aquilo vira notícia, como ocorreu com o recente Top Gun: Maverick, onde legiões de críticos de cinema woke ficaram histéricos com a ausência de histeria woke no filme, mas ainda assim foram obrigados a dar nota alta porque o tico patriarcal misógino do Tom Cruise é gostoso demais para levar menos que nota 96% no woke-o-metter¹ do Rotten Tomatoes.
O que irá ocorrer nesse cenário de politização pedante da indústria do cinema, se é que já não ocorreu, é uma indisposição automática do público com protagonistas femininos, BiPoc e LGBTQ+. A indisposição será justificada, já que antes mesmo de assistir a qualquer filme já é de conhecimento público que ele contém propaganda sexista e racista contra homens, brancos e não normativos.
Não sei se você já fez os cálculos, mas, caso faça, vai notar que a narrativa woke, por meio da mágica multiplicadora interseccional das opressões, consegue atacar mais de 96% da população, que é mais que a nota do Tom Cruise no woke-o-metter do Rotten Tomatoes. Salvam-se, quando muito, mulheres translesbicofluid negras gordopositivas, ao menos por enquanto.
Se a intenção da indústria do cinema é fabricar tensão e divisão social, doutrinação woke combinada com mediocridade sistemática é o caminho certo. O método tem selo Harvard de Pseudociência Histérica, foi desenvolvido por pseudointelectuais de renome internacional, e tem funcionado em diversas outras áreas com bastante sucesso.