She-Woke
Lembra da cena em que Darth Vader informa a Luke que é seu pai? O cinema frequentemente fabrica cenas icônicas, como as facadas no chuveiro em Psicose, Neo desviando de balas em Matrix, o Capitão América levantando o martelo do Thor, ou aquela em que o Miranha garante aos outros dois Miranhas que não ejeta teia pelo cool. Afinal, com grandes poderes vêm grandes responsabilidades.
É seguro dizer que o episódio piloto da série She-Hulk tenha produzido um desses momentos inesquecíveis, algo tão fantástico que estabeleceu um novo patamar iconográfico para a cinematografia feminista, superior até mesmo à cena em que Leia Organa enforca Andrea Dworkin de biquini em O Retorno de Jedi. Na cena em questão, Leia estava de biquini, e não Dworkin. Ufa, ainda bem! A Força é forçuda na família Skywalker.
Há algo de mágico e sublime em assistir Jennifer Walters passando hulksplaining no Hulk enquanto reclama de mansplaining. No desenrolar do magistral diálogo, She-Hulk consegue o milagre de ficar enraivecida durante uma aula de meditação à beira-mar em uma praia deserta para arjumentar que tem controle total sobre sua raiva. Frida tem mesmo poder, e nada é impossível para os que crêem na Deusa. Himen!
O momento é mágico não só pelo nonsense duplipensante retardado da cena, mas também porque captura com fidelidade a essência do Verdadeiro Feminismo™, aquele teorizado no final do milênio passado por acadêmicas pseudointelectuais histéricas e fraudulentas nas Harvards americanas, mas que só chegou até nós muito recentemente através das redes lacrais, difundido por universitárias gringas pós-aborrecentes surtadas com muita vontade de fazer cocô na cama e colocar a culpa no totó.
No episódio em questão, Jennifer captou com maestria a essência da Verdadeira Feminista™ em vários momentos, como por exemplo, quando demonstra controle superior sobre sua raiva ao se transformar em She-Hulk e arrebentar na porrada três homens indefesos na saída de um restaurante porque cometeram o hediondo crime de polidamente tentar conversar com ela. She-Hulk smash macho pobre e feio que não está no padrão que uma advogada de sucesso no the wall precisa para autorizar interação com um ser superior, divino e acima dos escrotos mortais: a mulher.
Em um dos seus arroubos de Verdadeira Feminista™, She-Hulk nos informa que raiva e medo são a linha base de qualquer mulher por simplesmente existir. Como vemos, a Verdadeira Feminista™ é uma pessoa paranoica e perturbada que vive em uma bolha ideológica de fantasia, isolada do mundo exterior. Se você está constantemente com raiva e medo por simplesmente existir, surta histericamente em razão de eventos triviais como homens menos capazes tentando explicar coisas que você já sabe, fantasia que pode ser morta por demonstrar instabilidade emocional, ou tem problemas para entender que dizer a mulheres emocionalmente disfuncionais que elas são emocionalmente disfuncionais não é opressão de gênero, seu caso é grave. Você não precisa de Feminismo, precisa de Paracetamal em drágeas, supositórios XXL de Rolamicina Porridurada e internação para tratamento psiquiátrico.
Como vemos, ser uma Verdadeira Feminista™ é uma condição, embora tratável, extremamente problemática. Por anos tenho testemunhado feministas tentando me explicar feminismo e jumenteens tentando explicar para mim o que eu quis dizer no meu texto que eles não leram. Fosse eu uma Verdadeira Feminista™, já teria sofrido um infarto do minioncáldio causado por excesso de gatinhos e ido a óbito. Feminisplaining estrutural e jumentosplaining sistêmico são um problema, mas com a graça de Frida sobrevivo Zen: zen paciência para aturar gente jumenta e ideologicamente intoxicada que acha que ser paranoica e surtada é sinônimo de ser stunning & brave, a mais virtuosa e poderosa do multiverso.