Brad Cruise
Abordar mulheres¹ fora de ambientes online no primeiro mundo é uma atividade defunta, visto que qualquer atitude masculina que exista para demonstrar interesse sexual é considerada assédio. A situação é relativamente recente, e parece ter se consolidado com a emergência das redes sociais e dos apps de namoro.
Considerando que há visível correlação do fenômeno com o crescente isolamento verificado na era digital, é de se perguntar se parte dele não pode ser explicado pela progressiva diminuição da capacidade de homens de interagirem socialmente. Quando indivíduos perdem a capacidade de se relacionar fora do mundo digital, qualquer interação não virtual passa a se tornar problemática. Em outras palavras, homens com habilidades sociais deficientes irão fatalmente parecer inconvenientes ou mesmo ameaçadores ao tentar interagir com mulheres.
Quando falamos de habilidades sociais, invariavelmente estamos falando também de linguagem, e homens e mulheres definitivamente não se comunicam da mesma maneira, o que tem o potencial de fabricar uma série de desentendimentos. De acordo com um estudo² de 2008 sobre diferenças de linguagem entre os gêneros, mulheres tendem a usar mais palavras relacionadas a processos psicológicos e sociais, enquanto homens preferem termos relacionados a propriedades de objetos e tópicos impessoais. A informação confirma o que já sabemos sobre mulheres terem mais interesse³ em pessoas do que coisas.
Estudar a maneira como mulheres se comunicam, entretanto, talvez não seja de muita utilidade se considerarmos que o dilema está na ausência de contato social que irá possibilitar ao indivíduo entender como se comunicar de maneira efetiva com mulheres na prática. Pensando no problema, decidi criar um fluxograma de quatro etapas na tentativa de explicar como os homens que viveram antes da era digital faziam para minimizar a probabilidade de serem acusados de assédio enquanto maximizavam suas chances de sucesso com o sexo oposto. A técnica, que vem sendo transmitida e utilizada com sucesso através das gerações, embora antiga, é plenamente funcional mesmo nos dias atuais.
"Don't Think You Are. Know You Are." - Morpheus (1999)