Segunda Instância Culposa
André Aranha, conforme esperado, foi absolvido¹ em segunda instância das acusações de Mari Ferrer por decisão unânime de três magistrados. O Quebrando Tabu não perdeu oportunidade² para afirmar que a vítima, que na realidade não é nem acusadora, mas falsa acusadora, sofreu três violências: quando fez sexo consensual, quando sua falsa acusação de sexo não consensual não funcionou, e quando seu recurso virou pó. O que temos é cultura do estupro, que é quando um homem apresenta uma quantidade absolutamente monumental de provas de que é inocente, mas culturalmente é um estuprador que deveria estar na cadeia. Também tivemos machismo estrutural, que é quando o advogado de defesa confronta a falsa acusadora com toneladas de evidências de que ela é uma salafrária insolente e arrogante, e a vigarista começa a chorar lágrimas de cocodrilo, pois viu que seu teatrinho ingênuo e incompetente naufragou de forma épica.
De acordo com uma junta de psicólogos, Ferrer está sofrendo de síndrome de stress pós-traumático. Com certeza sim. Quando seu plano de virar mártir nacional e arrancar um milhão de reais do Café de La Musique é demolido pelo advogado de defesa, você se dá conta de que vai virar mico planetário. Isso é bastante traumático, razão pela qual precisamos da Lei Mariana Ferrer para tornar mais difícil do que já é, se possível impossível, que um homem inocente consiga provar que é inocente, algo que nem mesmo deveria precisar fazer. Ao que me consta, ainda temos em nosso regime jurídico institutos como o da presunção de inocência e o da dúvida razoável em favor do réu.
Deputadas e senadoras defendendo lei com título de falsa acusadora que me perdoem, mas, parafraseando a defesa de Aranha, devo dizer que teria vergonha de ter uma filha do seu nível. Essas mulheres sabem, e nem se gastam a negar, que Ferrer é uma fraude, mas vão continuar defendendo uma criminosa para garimpar dividendos políticos. Que nível. Jamais esperei coisa melhor, e sempre soube que Feminismo defende abertamente falsas acusadoras, mas confirmar certas coisas pela enésima vez sempre me dá gatinhos.
Mariana vai continuar mártir, e terá até lei para proteger falsas acusadoras com seu nome, mas nenhuma junta de psicólogos está interessada em atestar que não só Aranha, como seus pais, estão sofrendo síndrome de stress pós-traumático. Mesmo inocentado em duas instâncias, ele já foi condenado à pena perpétua. Nunca terá sua reputação de volta e passará a vida na dúvida se vai chegar vivo em casa. Pior, embora exista farto material para condenar Ferrer, dificilmente Aranha vai processá-la. Nesse momento ele está quebrado emocional, moral e financeiramente, e nada que já não deveria ter mudado para ele até o momento vai mudar ainda que ele consiga condenação. Nem dinheiro ele pode extrair de Ferrer para obter alguma compensação, pois a menina não tem nenhum.
O Ministério Público não tem obrigação de fazer nada, ninguém está pressionando a fazer, e mesmo que pressione, ele vai arquivar, como fez com Nájila. O que eu gostaria que alguém me explicasse é por quê, nesse momento em que o sistema judiciário está sendo questionado pela opinião pública, nenhum togado virá a público expor as mentiras do Intercept, esclarecer o que de fato ocorreu durante o processo, proteger a vida de um inocente e salvaguardar a imagem da própria instituição. Não faltaram autoridades em todos os poderes se pronunciando em favor da movimentação da máquina pública para proteger uma falsa acusadora e arruinar a vida de um inocente de forma irreversível, então o que estaria produzindo esse silêncio? Certas coisas não têm explicação, outras é bom nem tentar explicar.