O Drama da Solidão Teórica
Há uma profusão de pesquisas feministas realizadas para consolar mulheres solitárias e convencê-las de que sua solidão é culpa dos homens. É o caso desse estudo¹ sobre o que homens reportam valorizar em uma mulher em teoria com o que eles reportam valorizar na prática, típico paper produzido para ser analisado e dissecado por mulheres inteligentes naqueles momentos de solidão. As restantes podem ler somente a matéria² do El País, onde o estudo é citado, pois já está bom. Ajuda naquelas horas em que a piriguete precisa se convencer de que está sozinha pois é culta, inteligente e com opinião formada demais sobre tudo.
Em teoria, homens e mulheres reportam achar desejável em parceiros românticos características acima das suas, como beleza, inteligência, etc. Na prática, isso só funciona com meninas, pois meninos arrepiam o cabelo perto de mulheres que estão acima de onde seu tico alcança. Em teoria também, esse estudo acha que está medindo machismo. Que outra coisa você esperava que um estudo feminista encontrasse? Na prática o que mediu é que homens sabem que mulheres são hipergâmicas. Os que não descobriram isso ainda não precisam se preocupar: vão ficar no cinco contra um igual.
Pergunta pra mim se eu acho que a Aline Riscado é desejável como par romântico. Escuro que sim. Qualquer homem vai dizer que a Aline é sonho de consumo. Mas isso é só teorética, pois quando passar para a pratiquética a coisa muda radicalmente. Se você me colocar em uma mesa de restaurante com a Riscado eu arrepio a cabeleira e saio que é um risco do local na hora. Tá doido que eu vou pagar sushi pra voltar pra casa e ficar no cinco contra um. Com o dinheiro do sushi eu compro a Playboy da Aline, volto pra casa descabelar o palhaço e ainda sobra um monte de grana para torrar em cerveja. Muito mais negócio. Como dizem na minha terra: não se gasta pólvora em chimango. Aline está muito acima do meu pay grade em beleza e status, e a situação seria a mesma com QI, salário e grau de instrução, então mulheres nessa situação não valem meio centavo de investimento.
Escuro que eu acho inteligência super charmoso em mulheres. Por essa razão, e somente por essa razão, vou ajudar as mulheres inteligentes a resolver seu problema. Se você é uma doutora solitária com PhD, QI 150 e salário de 50 mil por mês, está no lugar certo, pois sou expert não só em teorética e pratiquética, como solucionética. Quando você estiver na mesa do bar e notar que o bofe está arrepiando o cabelo por achar que o tico dele não te alcança, é facílimo resolver esse impasse. Use seu charme, sua lábia e seu super QI 150 para convencê-lo de que namorar com você é um excelente negócio.
Homens usam sua inteligência para convencer mulheres menos inteligentes que eles a fazer coisas indizíveis o tempo todo por aí, prática popularmente conhecida como xalalá. Um xalalá bem dado não falha. Pergunte ao Henry Cavill pra ver se eu não tenho razão. Até as doutoras de nariz empinado que dizem que não vão cair no xalalá dele falam isso somente em termos teoréticos, pois na hora da pratiquética elas afrouxam as perninhas. Mas cadê o xalalá das doutoras na hora de conquistar o bofe? O QI está atrapalhando sua lábia? O canudo comeu sua língua, é isso? Garanto para você que se a Aline Riscado me passar o xalalá bem passadinho, eu afrouxo as perninhas e se apaixono. Juro que vou tentar resistir bravamente, mas vai ser inútil. Vou derreter como manteiga na frigideira e me entregar. Ok, Aline. Vou te dar uma chance, mas só porque você pediu com jeitinho, então não fique achando que eu sou um homem fácil, ok?
Pois então. Não existe isso de drama da solidão da mulher inteligente. Só o que existe é o drama da solidão da mulher hipergâmica. A biologia é mesmo croél com as meninas, mas não estou nem aí. Defeco e transito para o problema. Será que eu sou uma pessoa croél? Acho que não. Deve ser masculinidade tóxica.