Diploma de Harvard
Nem toda lacraia peluda de rede social é igual. Algumas têm diplomas de Harvard nas áreas de opressologia vitimológica e problematização empoleirada. Sendo bidiplomada em enrolação teorética feminista, essa doutora identifica academicamente no vídeo três fontes do "nem todo homem", a famosa frase que os machos escrotos dizem quando são informados que homens são opressores.
A primeira fonte é um suposto comportamento biscoiteiro masculino, uma tentativa de obter validação feminina sugerindo que, embora ele entenda que há homens abusivos e opressores, ele é um dos caras bonzinhos. De acordo com a doutora, isso é uma ilusão, já que, no patriarcado, todos têm misoginia e sexismo internalizados, razão pela qual todos devemos desaprender padrões patriarcais de comportamento. Creio que isso significa também que você achar que vai ganhar pepeca porque é bonzinho é também uma ilusão. Afinal, ser bonzinho para ganhar pepeca é um comportamento patriarcal internalizado a ser desaprendido.
A segunda fonte é a necessidade de controlar a voz das mulheres usando tone policing (policiamento de tom), uma forma micromaligna de opressão patriarcal. Tone policing, de acordo com matéria¹ do Everyday Feminism, é quando uma piriguete está tentando discutir algo de forma histérica e surtada, e o macho opressor pede para que ela se acalme para que os dois possam conversar como adultos. Isso é uma microagressão, uma forma de micromachismo. Aparentemente, feministas acreditam que a melhor maneira de convencer alguém do seu ponto em uma discussão é apresentar surtos histéricos ao invés de dados e argumentos. Supondo que você fique histericamente surtado porque a feminista está surtando histericamente, isso é machismo, então você tem obrigação de se acalmar e se comportar como adulto, já que não existe tone policing reverso.
Quando piriguetes ficam histéricas quando você diz "nem todo homem", você deveria ficar histérico com os homens que estupram e assediam mulheres e dão a homens uma má reputação. Por que o comportamento de uma minoria de homens deveria dar à esmagadora maioria de homens que não cometem esses crimes uma má reputação eu não sei. Não tenho dois diplomas em Harvard, então deve ser essa a fonte da minha ignorância.
A terceira fonte é o complexo de superioridade de homens. Ok, o macho reconhece que existem assediadores e estupradores, mas se você depender dele para se proteger contra a violência masculina, você estará bem. Esse tipo de comportamento machista instila em mulheres o medo de independência, e sugere que a verdadeira solução para o problema da violência masculina são outros homens, o que não é verdade.
Ora, enfim concordamos em alguma coisa. Se não é preciso de homens para resolver o problema da violência de outros homens, basta deixar que as mulheres defendam-se sozinhas. Isso resolve o problema do medo de ser independente, além de todos os problemas anteriores. Salvar mulheres é sexismo internalizado, um padrão patriarcal de comportamento a ser desaprendido, então curamos esse mal deixando que mulheres se virem quando estão sendo agredidas. Resolvemos também o problema do tone policing, já que quando a mulher começa a surtar histericamente para convencer todos os homens por perto de que não precisa de ajuda enquanto apanha, ninguém irá tentar convencê-la do contrário nem pedir que se acalme para que se possa resolver o problema como adultos.
Acabar com o patriarcado é uma coisa simples, mas esse pessoal de Harvard complica tudo só pra poder fazer video no Tik Tok.