Ideologia, eu Quero uma para Viver


Não raro usamos ideologia como pejorativo, mas esse é um uso inadequado da palavra. Dificilmente teríamos condições de nos comunicar ou até mesmo pensar sem ideologias. Elas nada mais são, como o próprio nome já sugere, sistemas de ideias que usamos como instrumentos para visualizar, interpretar e navegar o mundo. Pertencem primariamente ao domínio do dever ser, dos valores. Sendo assim, podemos seguramente detectar que uma ideologia acusa problemas graves quando a atividade primária de seus defensores é alterar patologicamente a descrição da realidade para que se adeque aos fundamentos teóricos de sua ideologia.

Como já dizia o poeta: "tuas ideias não correspondem aos fatos". Elas tem que corresponder, visto que ideias são abstrações que usamos para mapear a nós mesmos e o mundo. O problema é que fatos não estão muito preocupados com suas ideias, então não é preciso raciocinar muito para concluir que o único caminho possível é esperar que suas ideias sejam alteradas pelos fatos e não o inverso.

Já imaginou andar por New York usando o mapa de Paris? Para o dogmaticamente comprometido com seu mapa ideológico defeituoso, é uma tarefa trivial, até mesmo um imperativo ético. Alguém nessa situação acha o Louvre, a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo e outros pontos turísticos parisienses sem dificuldade e ainda termina o dia fazendo uma selfie na Times Square. Não ouse alertar o sujeito de que ele está com alguns probleminhas para se conectar com a realidade. Isso é discurso de ódio. Abuso da liberdade de expressão.

"Ideologia, eu quero uma pra viver" - Cazuza

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