A Meta do tudo é Estupro
A meta do tudo é assédio já foi atingida, portanto agora é o momento de dobrar a meta com o plano do tudo é estupro. No primeiro mundo isso ainda está em estágio embrionário, mas os respingos já estão chegando pelas redes e os efeitos já podem ser sentidos com a declaração da atriz Juliana Lohmann, que relata um suposto "estupro" do qual foi vítima. Na matéria abaixo ela explica que inclusive teve que ser enfática com o estuprador, e exigiu camisinha. Aquilo só aumentou seu horror, já que o estuprador se gastou a abrir um saco cheio de camisinhas, portanto ela não era a única vítima. O bofe era um molestador em série, e mentiu à menina dizendo que era sua primeira vez.
Nada mais do que inverter os sexos na história de Lohmann é necessário para perceber o ridículo da presunção de que o que ocorreu com ela foi estupro. Imagine que um ator de 18 anos, sexualmente inexperiente e ainda se descobrindo, aceita ir sozinho ao apartamento de uma diretora bonitona e gostosa para "revisar o script" para cena que fará no outro dia. Lá é convencido a fumar maconha, o que acaba fazendo a contragosto. Com os dois totalmente chapadões, a diretora começa a boliná-lo, colocar a mão no seu pênis, cercá-la com o corpo e insistir por sexo.
O aterrorizado jovem, após ter ido sozinho no apartamento de uma estranha e aceitado fumar maconha, finalmente chega a conclusão de que aquela situação fugiu ao padrão de profissionalismo esperado da relação entre uma diretora e um ator. Indeciso e com medo de prejudicar sua carreira, o garoto transa, com o cuidado de insistir e ser atendido na sua exigência de camisinha. Em nenhum momento a diretora exigiu sexo do garoto por meio de qualquer ameaça à sua integridade física ou profissional, mas como era inexperiente, acabou cedendo pois tinha medo de perder seu papel. Envergonhado com a experiência, ele conclui que foi estuprado. Apesar de ter consentido, foi violado porque foi bom mas foi ruim.
O que diríamos a esse rapaz é que ele é um imbecil, um infatilóide mimado e irresponsável que é imaturo demais para ter vida sexual. Essa é a razão de considerarmos que sexo com crianças é estupro. Ainda que seja consensual, a criança não tem condições de negociar como um adulto com o parceiro, não está ciente do que está fazendo e não tem a bagagem emocional necessária para lidar com os riscos físicos e psicológicos envolvidos na atividade sexual. Enfim, não tem condições de dar consentimento informado.
Lembro que Harvey Weinstein foi condenado a 23 anos de cadeia por situação semelhante. Mulheres jovens cederam aos avanços do ursinho Pufão pois queriam os papéis que o ursinho poderia dar para elas e depois se arrependeram de vender o corpo em troca de favores. No primeiro mundo hoje, qualquer situação onde a mulher se arrependa de ter consentido é considerada estupro. Ainda que não consiga convencer um juiz com isso no tribunal, apenas o estrago que pode fazer na mídia e nas redes sociais é suficiente para acabar com a vida de um homem.
Sinceramente não entendo indivíduos que pensam estar seguros evitando relacionamentos e transando com mulheres aleatórias por aí. Isso pra mim é o equivalente a tirar o pino de uma granada e ir pro motel com ela. Homens e mulheres da geração atual estão se infantilizando a passos largos, mas a situação é mais grave com mulheres, especialmente na arena sexual. Mulheres hoje continuam desejando que homens executem exatamente o papel que sempre exerceram, que é o de insistir por sexo até que elas decidam que vão ceder, mas se qualquer dissabor ou arrependimento ocorrer após o sexo, a norma, ainda em implementação na cultura hoje, é de que isso é estupro.
De certa forma é. Alguém incapaz de entender as regras, as nuances e riscos da atividade sexual, e que imagina que qualquer eventualidade indesejável é equivalente a estupro, pois nada do que decidiu ou consentiu tem validade, é uma criança que não deveria estar transando. Tal pessoa não tem maturidade para assumir os riscos das suas escolhas ou responsabilizar-se por elas caso algo dê errado. Só para variar, querem uma infância customizada. Na hora de serem livres para dispor do próprio corpo são adultas, mas assim que sua liberdade entregar o ônus invariavelmente associado à liberdade e auto-determinação do mundo adulto, aí são vítimas indefesas, incapazes de responder por seus atos, que choram por bico e tutela estatal porque o mundo dos agentes livres e integralmente capazes não é o paraíso acolchoado e cheio dos privilégios e alegrias que elas pensavam que fosse.